Não há uma forma única nem único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante (Brandão, 2013, p. 9).
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam-e-aprendem, o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, por meio de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às vezes a ocultar, às vezes a inculcar – , de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem (Brandão, 2013, p. 10).
Esparramadas pelos cantos do cotidiano, todas as situações entre pessoas, e entre pessoas e a natureza, situações sempre mediadas pelas regras, símbolos e valores da cultura do grupo – têm, em menor ou maior escala, a sua dimensão pedagógica. Ali, todos os que convivem aprendem, da sabedoria do grupo social e da força da norma dos costumes da tribo, o saber que torna todos e cada um pessoalmente aptos e socialmente reconhecidos e legitimados para a convivência social, o trabalho, as artes da guerra e os ofícios do amor (Brandão, 2013, p. 21).
Já o ensino formal, ocorre em
instituições como escolas, universidades, centros de formação profissional,
entre outros, nas quais há um currículo estruturado e organizado. O
currículo é elaborado com base em padrões educacionais e com objetivos de aprendizagem específicos,
visando desenvolver habilidades essenciais nos alunos, como pensamento crítico,
resolução de problemas, comunicação eficaz, colaboração, criatividade e
habilidades tecnológicas. Brandão afirma que
O ensino formal é o momento em que a educação se sujeita à pedagogia (a teoria da educação), cria situações próprias para o seu exercício, produz os seus métodos, estabelece suas regras e tempos e constitui executores especializados. É quando aparecem a escola, o aluno e o professor, de quem começo a falar daqui para frente (Brandão, 2013, p. 26-27).
BRANDÃO. Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo:
Brasiliense, 2013.
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