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CITAÇÕES: Paulo Freire

    Segundo Freire (2011, p. 16), “a reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”.

A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de finitude. Mas ainda, pelo fato de, ao longo da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia, mas saber que sabia e, assim, saber que podia saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí (Freire, 1993, p. 12).

 O diálogo em que se vai desafiando o grupo popular a pensar sua história social como a experiência igualmente social de seus membros vai revelando a necessidade de superar certos saberes que, desnudados, vão mostrando sua “incompetência” para explicar os fatos (Freire, 2011, p. 55).

    Freire (1987, p. 25) afirma: “a práxis, porém, é reflexão e ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo. Sem ela, é impossível a superação da contradição opressor-oprimido”.
    A sala de aula torna-se local privilegiado para promover a criticidade e a autoria

É preciso que a educação esteja – em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história (Freire, 1989, p. 39).

     Para fomentar o protagonismo e a autonomia do estudante, práticas recorrentes de ensino deverão ser abolidas. Assim, é importante refletir se essas práticas significariam o fim da “educação bancária”. Freire (1987, p. 37) afirma que

Eis aí a concepção “bancária” da educação, em que a única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá-los. Margem para serem colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária” da educação. Arquivados, porque, fora da busca, fora da práxis, os homens não podem ser. 

    À medida que esse autor propõe uma educação que rompa esse discurso tradicional de ensinar, em que o aluno apenas escuta, guarda os conhecimentos transmitidos pelo professor e utiliza-os no momento da avaliação, Freire (1987) indica um novo rumo para a Educação: ela tem que ser “problematizadora” e “libertadora”.

O importante, do ponto de vista de uma educação libertadora, e não “bancária”, é que, em qualquer dos casos, os homens se sintam sujeitos de seu pensar, discutindo o seu pensar, sua própria visão do mundo, manifestada implícita ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus companheiros (Freire, 1987, p. 75).

 Referências:

FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados. Cortez, 1989.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.   

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 24º ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Política e educação. Indaiatuba: Villa das Letras Editora, 1993.

 

Comentários

  1. Paulo Freire representa a luta contra os silenciados durante anos na história brasileira

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