Ao abordar a questão da contextualização, estamos ampliando a
possibilidade de humanizar tanto a produção quanto a comunicação do
conhecimento. Isso envolve o processo de evolução humana por meio do uso de
recursos e instrumentos desenvolvidos ao longo do tempo. A aprendizagem, nessa
perspectiva, é um processo bidirecional, no qual ensinar e aprender ocorrem
simultaneamente, criando uma relação dinâmica de troca. Assim, ao mesmo tempo
que adquirimos conhecimento, também o comunicamos, o que acaba por modificar o
ambiente no qual estamos inseridos. Nesse contexto, Freire (2011) afirma:
O discurso da acomodação ou de sua defesa, o discurso da
exaltação do silêncio imposto de que resulta a imobilidade dos silenciados, o
discurso do elogio da adaptação tornada como fado ou sina, é um discurso
negador da humanização de cuja responsabilidade não podemos nos eximir (Freire,
2011, p. 51).
Em uma relação dialógica entre professor e aluno, temos a
construção compartilhada do saber; caso contrário, existe apenas uma coerção da
aprendizagem. Esse movimento de ressignificação torna a aprendizagem efetiva à
medida que o aluno reconhece os conceitos e se reconhece dentro dessa gangorra
de ensino, ou seja: a partir das incertezas, ambos vão construindo uma
aprendizagem que faça sentido e favoreça a modificação da realidade vivida por
alunos e professores.
A ressignificação dos conceitos torna o objeto de estudo mais
relevante para o estudante. Partindo de eventos que já ocorreram, é possível
compreender suas implicações e impactos nos fatos presentes. Esse diálogo com o
passado contribui para a construção de novos conceitos e permite que o aluno
reflita sobre seus valores e práticas cotidianas, relacionando-os com questões
históricas inerentes ao seu grupo social, à sua comunidade, à sua região e até
mesmo à sociedade nacional e mundial.
A formação de novos conceitos pelo estudante é fundamental
para que ele compreenda e transforme os elementos do mundo e as relações que
esses elementos mantêm entre si. O ensino de História é valioso, ao
possibilitar a construção de conceitos, promovendo alterações em seu modo de
entender a si mesmo, os outros, as relações sociais e a própria História.
No processo envoltório da educação, tivemos diferente
legislações que embasaram a importância da contextualização no Ensino Médio. Ao
delimitar um recorte temporal, analisaremos a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional - Lei nº 9.394/96 (Brasil, 1996) e a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) de 2018 (Brasil, 2018a), delineando suas contribuições nessa
situação específica.
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