O Método Intuitivo foi introduzido no Brasil durante as reformas educacionais realizadas no final do Período Imperial, com Rui Barbosa sendo um dos principais defensores desse sistema. Ele atuou como elemento fundamental ao organizar os princípios do Método Intuitivo em seus notáveis Pareceres. Além disso, também traduziu a obra Lições de Coisas, de Calkins (1950), como já mencionado.
O Brasil precisava de um novo modelo de Educação para a recém-instaurada Nova República, uma vez que a modernização do país exigia a implementação de um sistema nacional de ensino que fosse gratuito, obrigatório e laico, desde o jardim de infância até a universidade.
Em um ambiente republicano, a reforma educacional representava um avanço e um sinal de progresso para a sociedade brasileira, indicando um afastamento dos valores e das práticas da Monarquia, vista pelos republicanos como ultrapassada e retrógrada.
A reforma educacional proposta por Rui Barbosa exigia um novo tipo de ensino, bem diferente do que era oferecido até então, cujas bases eram a retórica e a memorização. Ele defendia a inclusão de novos conteúdos, como ginástica, desenho, música, canto e, especialmente, ciências. Esses princípios estão estabelecidos no artigo 4º do decreto em relação às escolas primárias, e no artigo 9º no que diz respeito às escolas normais. A ideia era ensinar os novos conteúdos juntamente às matérias tradicionais, de modo a estimular nos alunos o interesse pelo estudo e sua aplicação prática. O método proposto para guiar essa nova aprendizagem seria baseado em observação e experimentação, visando desenvolver os sentidos e a compreensão dos estudantes. Assim, Rui Barbosa recomendava a adoção do Método Intuitivo. Para o autor, tais mudanças no sistema educacional eram essenciais para transformar o Brasil em uma nação mais civilizada.
Como visto, o Método Intuitivo, em contraste com o Tradicional,
que priorizava a memorização e a transmissão de informações de forma isolada,
enfatizava a observação e a experimentação. Dessa forma, o aprendizado se dava
pelo estímulo dos sentidos por meio de práticas pedagógicas. Em vez de seguir
uma abordagem estática e autoritária, o Método Intuitivo envolvia os alunos em
atividades práticas e contextos reais, incentivando a exploração, a descoberta
e a aplicação do conhecimento em situações relevantes.
Entretanto, o uso desse método apresentou lacunas, pois não
ficou claro até que ponto a contextualização dos conhecimentos históricos do
passado era abordada no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula. A
ausência dessa contextualização sugere uma deficiência na articulação entre o
novo método e a importância de compreender o legado histórico, o que poderia
contribuir para um aprendizado mais significativo e conectado com a identidade
cultural e social dos alunos.
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