A Tendência Progressista Libertadora é uma abordagem
pedagógica que emergiu no contexto das lutas por justiça social e transformação
política. Essa tendência é fortemente associada ao educador brasileiro Paulo
Freire, cuja Pedagogia do Oprimido (Freire, 1987) propôs uma revolução na forma
como pensamos a educação. A Tendência Progressista Libertadora vê o ensino como
um ato de liberdade, uma prática de emancipação que desafia as estruturas de
opressão e promove a conscientização crítica.
A essência dessa tendência está na crença de que a educação
deve ser uma prática dialógica, na qual professores e alunos constroem
conhecimento juntos, rompendo com a lógica Tradicional, que coloca o docente
como fonte única de autoridade. A Tendência Progressista Libertadora defende a
ideia de que o aprendizado é um processo ativo e colaborativo, em que o diálogo
é a chave para a conscientização e para a transformação social.
Nessa abordagem, a educação é entendida como um ato político,
voltado para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Os alunos
são encorajados a questionar, refletir e agir sobre as questões que afetam suas
vidas e comunidades, transformando a sala de aula em um espaço de emancipação e
resistência. O papel do professor é o de facilitador, provocador de reflexões e
parceiro no processo de aprendizagem.
Freire (1987, 1989, 1993, 2011) está associado a essa
tendência e destaca que, nos países dependentes do capitalismo, há uma
estrutura de dominação de classe que oprime as pessoas e as mantém em uma
posição de submissão.
Tanto o professor quanto o aluno são vistos como "sujeitos" na construção do conhecimento. Isso significa que cada um contribui com suas próprias perspectivas, experiências e compreensões, criando um processo de aprendizagem mais participativo e dinâmico. A ideia de "construção do conhecimento" indica que o aprendizado é algo que acontece coletivamente, com discente e docente trabalhando juntos para desenvolver entendimentos mais profundos e significativos,
Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Mediatizados pelos objetos cognoscíveis que, na prática “bancária”, são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos educandos passivos (Freire, 1987, p. 39).
Portanto, através do diálogo entre professor e aluno, o primeiro deixa de ser o único detentor do conhecimento, enquanto o segundo assume o papel de agente transformador de sua realidade. Isso ocorre quando o aluno se torna capaz de ser sujeito do seu próprio pensamento e passa a exercer um papel mais ativo e crítico no processo de aprendizagem.
Como visto, essa tendência procura transformar a educação em
um instrumento de libertação e conscientização crítica, especialmente em
contextos nos quais há estruturas de dominação e opressão. A proposta central
dessa tendência é que o ensino deve ser um ato político, que visa empoderar os
oprimidos, oferecendo-lhes ferramentas para questionar, resistir e mudar as
condições que perpetuam a injustiça social.
O ensino contextualizado é um dos pilares dessa abordagem,
uma vez que a Tendência Progressista Libertadora valoriza a conexão entre o
conteúdo educacional e as experiências vividas pelos alunos em suas
comunidades. O diálogo horizontal entre professor e aluno é fundamental, pois
promove uma troca mútua de conhecimento, em que ambos são agentes ativos no
processo de aprendizado. O professor não é mais visto como a única autoridade,
mas como um facilitador e parceiro na jornada educacional dos alunos. Essa abordagem
incentiva os estudantes a se tornarem sujeitos do próprio pensamento, capazes
de compreender sua realidade e agir para transformá-la. O ensino
contextualizado ajuda a tornar o aprendizado mais significativo, pois permite
que os alunos relacionem o conteúdo da sala de aula com suas próprias
experiências e desafios cotidianos.
Um icone da educação brasileira.
ResponderExcluirPaulo Freire foi o símbolo da resistência
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