[…] “exige, desde o início, um esforço firme e inventivo quanto
ao reconhecimento dos depósitos de arquivos, ou das fontes potenciais de
informação, e isto ocorre não apenas em função do objeto de pesquisa, mas também
em função do questionamento”, sendo necessários uma preparação adequada e um
exame minucioso das fontes documentais identificadas (Cellard, 2012 , p. 298).
O contexto:
O exame do
contexto social global, no qual foi produzido o documento e no qual mergulhava
seu aurore aqueles a quem ele foi destinado, é primordial, em todas as etapas
de uma análise documental, seja qual tenha sido a época em que o texto em
questão foi escrito. (2012, p.299)
O autor e os
autores:
Não se pode pensar em interpretar um texto, sem
ter previamente uma boa ideia da identidade da pessoa que se expressa, de seus
interesses e dos motivos que a levaram a escrever. Esse indivíduo fala em nome
próprio, ou em nome de um grupo social, de uma instituição? Parece,
efetivamente, bem difícil compreender os interesses (confessos, ou mio) de um
texto, quando se ignora tudo sobre aquele ou aqueles que se suas razões e as
daqueles a quem eles se dirigem. É muito mais fácil
dar a entender que é a "sociedade" ou o "Estado" que
se exprime por meio de uma documentação qualquer. Elucidar a identidade do
autor possibilita, portanto. avaliar melhor a credibilidade de um texto, a
interpretação que c dada de alguns fatos, a tomada de posição que transparece
de uma descrição, as deformações que puderam sobrevir na reconstituição de um
acontecimento. (2012, p.300)
A autenticidade e a confiabilidade do texto
Não basta, entretanto, informar-se sobre a origem social, a ideologia ou os interesses particulares do autor de um documento. É também importante assegurar-se da qualidade da informação transmitida. Pr exemplo, que a questão da autenticidade raramente se coloque, não se deve esquecer de verificar a procedência do documento. Em alguns casos, é também necessário considerar o fato de que alguns documentos nos chegam por intermédio de copistas que tinham, às vezes, de decifrar escritas quase ilegíveis. Principalmente os historiadores há muito aprenderam a desconfiar de possíveis erros de transmissão. (2012, p.301)
A natureza do texto
Cabe especificar que não é possível exprimir-se com a mesma liberdade em um relatório destinado aos seus superiores, e em seu diário íntimo. Consequentemente; deve-se levar em consideração a natureza de um texto, ou se o suporte, antes de tirar conclusões. Efetivamente, a abertura do autor. os subentendidos, a estrutura de um texto podem variar enormemente, conforme o contexto no qual ele é redigido. Ê o caso, entre outros, de documentos de natureza teológica, médica, ou jurídica, que são estruturados de forma diferente e só adquirem um sentido para o leitor em função de seu grau de iniciação no contexto particular de sua produção. (2012, p.302)
Os conceitos-chave e a lógica interna do texto
Certamente, o trabalho de análise preliminar não poderia estar tão completo e por tanto tempo, que o pesquisador não tivesse o sentimento de ler compreendido satisfatoriamente o sentido dos termos empregados pelo autor ou os autores de um texto. (2012, p.302-303)
Referência:
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean et al.
A pesquisa
qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis:
Vozes, 2012.
Autor muito dificil, mas depois que aprende as suas 5 dimensoes escrever uma dissertação fica mais fácil.
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